Histórico
A genética está entre as ciências que mais contribui para o bem estar do homem, especialmente a partir da segunda metade do século XX. As suas bases foram estabelecidas pelo Monge Gregor Mendel no final do século XIX, e seu desenvolvimento propiciou aumentos espetaculares na produção de alimentos e condições para que o homem entendesse inúmeras doenças hereditárias possibilitando uma vida mais saudável, e, sobretudo, aumentando a expectativa de vida.
As possíveis contribuições da genética para os próximos anos têm despertado interesse não só na comunidade científica, como também na mídia e na população como um todo. Debates são freqüentes sobre os possíveis perigos do uso indiscriminado dos conhecimentos gerados pela genética. Entretanto, há unânime opinião de que essa ciência deverá ter papel decisivo na vida em nosso planeta.
Os geneticistas brasileiros estão entre os melhores do mundo, com contribuições expressivas em várias áreas, merecendo destaque o desenvolvimento de tecnologias agrícolas para as condições tropicais. Nesse contexto, vale lembrar que um dos primeiros geneticistas do Brasil foi o professor Benedito de Oliveira Paiva (UFLA). Ele foi o pioneiro, no Brasil, na publicação de um livro de Genética, o qual se denominava “Apontamentos de Genética Elementar e Aplicada”, já em 1925. Ressalte-se também que o Professor Benedito Paiva foi o precursor dos estudos de tolerância de plantas ao alumínio tóxico do solo. Esses trabalhos foram muito importantes para o efetivo uso dos solos de vegetação de cerrado, o que impulsionou a agricultura, possibilitando o desenvolvimento do centro-oeste brasileiro nas últimas três décadas.
As contribuições da genética na produção de alimentos têm sido o principal aliado do homem em suprir as suas necessidades em alimento, mesmo com o expressivo crescimento populacional. No nosso país, embora o contingente de melhoristas seja pequeno, inúmeros exemplos de sucesso são conhecidos. No caso da soja, até 1970, a produção concentrava-se no Sul do Brasil, devido às condições de dias longos. Com a obtenção de cultivares especialmente insensíveis ao fotoperíodo, a cultura da soja passou a ser cultivada em praticamente todo o país. Com isso, a produção de grãos passou de dois milhões de toneladas para mais de 53 milhões de toneladas, ou seja, um incremento espetacular de 25 vezes, em menos de 30 anos.
No caso do milho, a contribuição também tem sido expressiva. O Brasil foi o segundo país, após os Estados Unidos, a adotar o milho híbrido, no final da década de 40. Evidências do potencial genético dos cultivares brasileiros são evidenciados em várias oportunidades, especialmente nos concursos realizados pela EMATER em MG, onde a produtividade média de grãos tem sido superior a 6t/ha e já foram obtidas produtividades de grãos de até 16t/ha. Inúmeros outros exemplos poderiam ser citados.
A população mundial deverá passar dos 6,5 bilhões atuais para 8 bilhões por volta de 2020, isto significa um acréscimo de 1,5 bilhões de indivíduos em apenas 10 anos, evidenciando que a participação da genética terá que ser ainda mais expressiva que no passado. Para isso, novas tecnologias estão sendo incorporadas, entre elas, as facilidades computacionais e as possibilidades de se obter novas combinações não relacionadas, o que antes era impossível.
Preocupados em dar continuidade à sua tradição na pesquisa com Genética e dar a sua efetiva contribuição na solução de problemas na produção de alimentos, em 1986, a então Escola Superior de Agricultura de Lavras criou o programa de pós-graduação, em nível de Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas. Dez anos após foi criado o Doutorado. O primeiro coordenador foi o professor César Augusto Brasil Pereira Pinto, posteriormente, os professores Magno Antonio Patto Ramalho, João Bosco dos Santos, Lisete Chamma Davide e Elaine Aparecida de Souza. Atualmente, o coordenador é o professor João Cândido de Souza . A primeira dissertação foi do pós-graduando Cleso Antônio Patto Pacheco; defendida em 1987, com o título: Avaliação de progênies de meios irmãos da população de milho CMS-39 em diferentes condições de ambiente, 2º ciclo de seleção. A primeira tese de doutorado foi de Oswaldo Gomes Marques Júnior em 1997, com o Título: Eficiência de experimentos com a cultura do feijão.
O curso tem se preocupado não só em fornecer conhecimento teóricos, como também promover o maior envolvimento possível com a pesquisa. Grande parte dessas pesquisas são realizadas não só em Lavras, como em outras regiões, com a participação de empresas privadas e empresas públicas especialmente a EPAMIG e a EMBRAPA Milho e Sorgo. As principais linhas de pesquisa do curso são: Melhoramento Genético de Cultura Anuais de Importância na Região; Melhoramento Genético de Cultura Perenes de Importância na Região; Melhoramento de Hortaliças; Citogenética; Biotecnologia.
Nesses vinte e quatro anos de atuação do curso foram qualificados 226 mestres e 79 doutores. Os profissionais são provenientes dos diferentes estados brasileiros e também de outros países. A maioria dos egressos tem dado contribuições expressivas na obtenção de novos cultivares de inúmeras espécies de plantas. Muitos são professores universitários, o que evidencia a efetiva contribuição do curso para o ensino, a ciência e a tecnologia no país.
As pesquisas realizadas, até então, proporcionaram a publicação de algumas centenas de trabalhos em periódicos e de artigos apresentados em congressos científicos, bem como dezenas de livros ou capítulos. Ressalte-se também a obtenção de várias cultivares de arroz, feijão, milho e plantas olerícolas, que estão em uso pelos agricultores da região e do país.
Nível: MESTRADO
CONCEITO CAPES: 6
SITUAÇÃO: O Curso de Mestrado em Agronomia, área de concentração em Genética e Melhoramento de Plantas foi recomendado pelo GTC/CAPES em 04.09.85. Criado em 1986 e credenciado com base no parecer do CFE nº 248/92 de 28.07.92.
Nível: DOUTORADO
CONCEITO CAPES: 6
SITUAÇÃO: O Curso de Doutorado em Agronomia, área de concentração em Genética e Melhoramento de Plantas, foi iniciado em março de 1995. Foi recomendado pelo GTC/CAPES em 18.11.94.